sexta-feira, 5 de março de 2010

Faz mal, sim!

O entra e sai de ambientes refrigerados ataca o sistema respiratório.

O motivo: “O contraste térmico abrupto associado ao ar seco e à poluição compromete os mecanismos de defesa das vias respiratórias”, explica o médico Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica. Os anticorpos do pulmão tornam-se menos eficientes e os cílios e alvéolos trabalham menos na expulsão das partículas, como poeira e poluição. Isso favorece o acúmulo de secreção no sistema respiratório. O organismo fica predisposto a infecções e mais suscetível a vírus de gripes e resfriados. Nos portadores de doenças pulmonares, como asma, bronquite e enfisema, o quadro pode se agravar.

As consequências: tosse, rouquidão, garganta irritada, sinusite e conjuntivite.

Como amenizar o problema:

  • recomenda-se deixar recipientes com água nos recintos fechados refrigerados para manter o ambiente menos seco.
  • É preciso, ainda, evitar as mudanças bruscas de temperatura, principalmente diferenças superiores a 10 graus e permanecer agasalhado em ambientes frios.
  • A limpeza do filtro do ar condicionado deve ser feita mensalmente.
Fonte
Revista Veja
Edição 2150
03/02/2010

terça-feira, 2 de março de 2010

Tocadores de MP3 já são risco à audição

O hábito cada vez mais comum de ouvir músicas em tocadores de MP3 e celulares com o uso de fones de ouvido por longos períodos e volume alto já causa reflexos nas clínicas: problemas de audição. Apesar de pequenos, alguns desses aparelhos são capazes de produzir um volume máximo equivalente ao de uma britadeira, algo em torno de 120 dB. A legislação brasileira, por exemplo, permite que um operário permaneça só sete minutos por dia exposto, sem proteção auricular, a sons acima de 115 dB.
Um dos primeiros sinais de problemas é o aparecimento do zumbido, ou seja, de um ruído contínuo que parece um chiado, como uma emissora de televisão fora do ar. O problema pode ser agravado pelos barulhos do dia-a-dia, como trânsito intenso, construção civil e até mesmo músicas com volume alto em festas.

Segundo o Grupo de Apoio a Pessoas com Zumbido da FMUSP, nos últimos 5 anos houve um aumento de 20% no número de jovens com menos de 20 anos atendidos pelo serviço. Segundo Tanit Sanchez, pesquisadora, não é possível dizer quanto desse aumento pode ser atribuído aos tocadores de MP3 e dispositivos similares, mas lugares barulhentos, como shows e festas, podem contribuir.

Iêda Russo, fonoaudióloga, diz que houve uma mudança significativa na saúde auditiva dos jovens na última década. A exposição a sons e ruídos cada vez mais intensos e por períodos prolongados levou a uma redução da sensibilidade auditiva. Antes, não era raro encontrar um universitário que, em um exame, era capaz de perceber sons abaixo do limiar médio de audição do ser humano (0 decibel). O vento das folhas, por exemplo, tem 10 decibeis. Atualmente, na média, os jovens começam a detectar nos testes sons acima de 10 ou 20 decibeis. Embora 20 seja um valor aceitável, a fonoaudióloga considera significativa a acuidade auditiva.

Recomendações:

  • Para a maior parte dos tocadores portáteis, convém ouvir música na metade do volume;
  • Pergunte às pessoas ao seu redor: se elas ouvem a sua música, abaixe o volume;
  • Não aumentar o volume para compensar a poluição sonora do ambiente;
  • Preferir modelos de fone que cubram a orelha e não insiram o som dentro do canal auditivo;
  • Se aparecer um zumbido ou sensação de ouvido tampado, procure um especialista;
  • Dor de cabeça, irritabilidade e insônia são outros sintomas que merecem atenção;
  • Vale a pena realizar pausas para descansar o ouvido depois de uma hora de uso;
  • Utilizar protetores auriculares em shows e baladas onde há música alta.
Fonte
Jornal Estadão
Caderno VIDA&
03/08/2008

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Pausa para respirar... e falar melhor também!

A edição 2142 da Revista Veja (9/12/09) trouxe uma interessante matéria intitulada “Pausa para Respirar”. Nela expõe-se que estudos de importantes centros de pesquisa em todo o mundo começaram a medir o que já se sabia empiricamente: a prática cotidiana de exercícios respiratórios tem impacto positivo na saúde e no bem-estar, além de auxiliar no tratamento de diversas doenças.

Diante de situações estressantes, reais ou imaginárias, o sistema nervoso autônomo simpático prepara o corpo para enfrentar tais situações de “perigo”. Substâncias que contraem os vasos sanguíneos são liberadas, provocando aceleração dos batimentos cardíacos e elevação da pressão arterial. Segundo a matéria, não é possível controlar voluntariamente tais reações, mas sim alterar o ritmo da respiração. O que os médicos constataram é que, quando se respira lenta e profundamente, se envia ao cérebro uma mensagem tranquilizadora. Benefícios como controle da ansiedade e estresse, qualidade do sono, controle da pressão arterial, diminuição na ingestão de medicamentos em tratamentos diversos (exemplo, síndrome do pânico) foram citados.

A Vocalis traz essa sugestão de leitura com muito prazer, principalmente por lá constar também que a modalidade respiratória mais eficaz é a diafragmática (que envolve a expansão do abdômen ao inspirar). Essa modalidade pode ser praticada em nossos treinamentos. A respiração costo-diafragmática-abdominal, além de ser tranquilizadora em momentos de comunicação profissional (como a de uma “fala em público”, por exemplo), é mais eficiente para a fala, pois permite maior projeção e flexibilidade vocal.

Invista nessa idéia!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Palestra: Desafios da comunicação no ambiente corporativo

SWEDCHAM, SHAGAL – PESSOAS DESENVOLVENDO PESSOAS e VOCALIS – VOZ & EXPRESSÃO convidam você para a palestra:


"Desafios da comunicação no ambiente corporativo"
Impacto da expressão vocal e das relações interculturais


Barreiras na Comunicação – A Questão Intercultural

Cultura compreende a maneira de pensar das pessoas de um mesmo grupo, bem como a maneira de ver, ouvir e interpretar o mundo. Num ambiente cada vez mais globalizado, as relações interculturais nas empresas ficam mais comprometidas. Pequenos problemas de ajuste cultural podem criar barreiras na eficácia das empresas e gerar grandes problemas.  Através de programas de sensibilização, aquisição de ferramentas e desenvolvimento de competências interculturais, as empresas podem evitar estes problemas e ainda beneficiar-se das novas sinergias criadas entre culturas.

Palestrante

REGINA LUCIA GAGLIARDI DE ASSUMPÇÃO
Sócia-Diretora da Shagal, nascida em São Paulo. Geógrafa, pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, em 1987. Fez especialização em Comunicação e Marketing e em Psicodrama. Vivência na Europa – Inglaterra e Itália, com fluência em Português e Inglês. Experiência profissional em empresas nacionais e multinacionais (projetos para American Express e Atento do Brasil) e consultora para treinamentos em comunicação e diversidade cultural nos últimos 15 anos.


Expressão Vocal e atividade profissional: qual a relação?

Entre tantos meios de comunicação, a voz é um dos caminhos que mais garante a expressividade. É ela que torna audível as ideias e suas  intenções. O comunicador e líder que dominar e praticar sua expressão vocal transmitirá naturalidade, credibilidade, ganhará a atenção dos ouvintes e terá controle sobre o impacto da sua comunicação. Nada vale o que falar, sem a flexibilidade do como falar.

Palestrante

VIVIANE BARRICHELO 
Sócia-diretora da Vocalis - Voz & Expressão. Fonoaudióloga formada pela Universidade de São Paulo. Especialista em Voz pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia. Aprimoramento em Voz Profissional pelo American Institute for Voice and Ear Research, Philadelphia, EUA. Mestre em Distúrbios da Comunicação pela Universidade Federal de São Paulo. Preparadora vocal e consultora em comunicação em empresas como: Carrefour – Soluções Financeiras, Roche, Interativa Service, Citibank.

Inscrições até 30 de novembro de 2009

 Público-alvo:
Gestores, funcionários e interessados em geral

Quando:
2 de Dezembro de 2009, das 8:00 às 10:30 (com café da manhã)

Local:
Swedcham Brasil – R. Oscar Freire, 379 – 12º andar – Jardins, São Paulo

Inscrições:
Gratuita para associados e convidados

Observações:
Estacionamento não incluso
Estacionamento próximo: Regent Hotel na Rua Oscar Freire, 533



Realizado e patrocinado por:








Membros:
 a





quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Rugas na fala

Esta reportagem saiu hoje na Folha de São Paulo, caderno Equilibrio!
Aproveitem! É muito interessante.
Boa leitura!
Alessandra

Com o envelhecimento, a voz pode ficar mais fraca, irregular, rouca e trêmula, o que dificulta a comunicação; saiba como prevenir esse processo
ANNA CAROLINA CARDOSOCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA


 
"Professor, o senhor pode falar mais alto?" Foi só quando os alunos reclamaram que o professor Masayuki Nakagawa, 81, percebeu que sua voz não era mais a mesma. "Na primeira meia hora, uma hora da aula, todo mundo ouvia bem. Mas depois começavam a pedir que eu falasse mais alto, e eu não conseguia", conta.A dificuldade que ele tinha para elevar a voz é um dos sintomas da presbifonia, que se caracteriza pelo desgaste das pregas vocais e pode se manifestar por volta dos 60 anos.O processo é parecido com o que acontece com outros músculos, que, com o passar do tempo, vão perdendo a força, a agilidade, a coordenação e a capacidade de desempenhar bem certas funções. Com as pregas vocais (antes chamadas de cordas vocais) não é diferente.À medida que passam os anos, elas podem sofrer um processo de envelhecimento que compromete a qualidade do som produzido, resultando em uma voz pouco compreensível -o que dificulta muito a comunicação.Segundo Agrício Crespo, chefe da disciplina de otorrinolaringologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), com o envelhecimento, a voz pode ficar mais fraca, irregular, rouca e trêmula, o que dificulta a comunicação.O processo costuma se manifestar mais cedo nas mulheres, que, em geral, passam a apresentar uma voz mais grave. Mas é nos homens, cuja voz pode ficar mais aguda, que o quadro evolui mais frequentemente para a atrofia. A tendência é que, como ocorre na infância, as vozes de homens e mulheres voltem a ficar parecidas.Na verdade, as alterações da voz ocorrem por causa de um processo generalizado de envelhecimento, que envolve não só as pregas vocais."A fonação (a emissão da voz) não depende só das pregas vocais mas também do ar que vem dos pulmões, de toda a estrutura da laringe, de uma boa articulação e ressonância. Se uma dessas partes apresentar problemas, o processo pode ser comprometido e alterar a qualidade da comunicação", explica Katia Nemr, fonoaudióloga e professora da USP (Universidade de São Paulo).A maioria dos casos pode ser resolvida com terapias vocais. É como Masayuki está fazendo para conseguir recuperar a projeção da voz.Docente de economia da USP há quase 40 anos, ele nunca usou microfones nas aulas e, como todo professor, sempre teve que falar muito. Mas nunca havia tido problemas antes, até os alunos começarem a reclamar do volume.Após o diagnóstico de presbifonia, ele foi encaminhado ao serviço de fonoaudiologia da própria universidade, onde foi desenvolvido um programa específico para ele.Uma vez por semana, o professor é orientado a fazer exercícios de alongamento muscular, respiração, fonação e articulação e ressonância, como a vibração dos lábios e da língua para melhorar o desempenho das pregas vocais.Ele já aprendeu várias técnicas diferentes, que pratica todos os dias em casa, por cerca de 40 minutos. A única recomendação que ainda não adotou foi a de tomar pequenos goles de água em temperatura ambiente ao longo das aulas.Como não é fumante nem costuma consumir álcool, a expectativa é a de que, em breve, só com a fonoterapia, ele seja capaz de melhorar a projeção da voz e consiga, novamente, se fazer ouvir bem pelos alunos.E Masayuki ainda conseguiu mais uma vantagem com os exercícios de respiração. "Estão me ajudando a tocar flauta melhor", comemora ele, que toca flauta transversa há 60 anos.A maior parte dos casos de presbifonia pode ser tratada apenas com a fonoterapia.A fonoaudióloga da Unicamp Aline Epithanio Wolf desenvolve com seus pacientes uma técnica americana criada, inicialmente, para trabalhar a voz de doentes de Parkinson e que tem apresentado bons resultados com pessoas que apresentam presbifonia.Como a presbifonia atrapalha a produção de um som estável, os exercícios, segundo ela, são focados na emissão de som, que se dá nas cordas vocais, em vez de na ressonância e na articulação, como a fonoterapia tradicional. "É como se fosse uma ginástica para as pregas vocais", compara.CirurgiasEm casos mais graves, quando a "ginástica" sozinha não pode resolver o problema, técnicas cirúrgicas podem ser utilizadas para recondicioná-las.Uma das técnicas constitui na aplicação de gordura retirada do abdome do próprio paciente nas pregas. Com o procedimento, elas recuperam o volume e a elasticidade, produzindo um som com uma qualidade melhor.Foi com essa cirurgia que o administrador Geraldo Barbosa, 54, tratou a fadiga vocal que sofreu recentemente. Acostumado a dar palestras aos fins de semana, ele vinha tendo dificuldades para falar.Os sintomas eram os mesmos da presbifonia. "A minha voz foi perdendo a força", diz.No mesmo processo cirúrgico, ele teve a gordura retirada do abdome e injetada nas pregas vocais. Uma semana depois, já notou a diferença. Agora, segue com sessões de fonoterapia para recuperar ainda mais a capacidade vocal. "Estou aprendendo a reconhecer os limites da minha voz", diz.Outra substância que atua exatamente como a gordura, recuperando as funções da prega, é o ácido hialurônico -o mesmo usado em cirurgias plásticas para o preenchimento de rugas, por exemplo.A diferença é que o ácido vai perdendo seus efeitos com o passar do tempo e, em cerca de dois anos, uma nova aplicação precisa ser feita. "Os efeitos com as duas substâncias são os mesmos, mas a cirurgia com a gordura é mais definitiva", diz Agrício Crespo, responsável pela operação de Geraldo.A aplicação de ácido hialurônico para casos de presbifonia é feita há mais de cinco anos no Brasil, segundo o presidente da Academia Brasileira de Laringologia e Voz, Paulo Perazzo. Outra técnica, um pouco mais radical, é a colocação de uma prótese de silicone que reaproxima as pregas vocais, recuperando a qualidade do som emitido pelo paciente.Para Crespo, o que dificulta a correção dos transtornos causados pela presbifonia é que nem os próprios médicos estão atentos aos sinais de envelhecimento da voz do paciente. "Quando fazem uma consulta, os otorrinos estão preocupados só com como as pessoas ouvem, mas não prestam atenção a como elas falam. A preocupação dos brasileiros com a voz é uma coisa recente", diz ele.Especialistas recomendam que se fique atento a alterações na voz ao longo de toda a vida, não apenas a partir da velhice. Isso porque outros problemas, como nódulos, podem aparecer mesmo em pessoas que são mais jovens.Outro sinal a que todos devem prestar atenção é a rouquidão, um dos principais sintomas do câncer de laringe.Toda rouquidão que não tenha causa conhecida e tenha duração de mais de duas semanas deve ser investigada por um otorrinoloringologista.Bons hábitosO uso que a pessoa faz da voz ao longo da vida faz toda a diferença quando a idade chega, alertam os especialistas.Café, cigarro, álcool e até chocolate são grandes inimigos da voz. Falar muito alto e consumir alimentos muito gelados também. Tudo o que pode agredir a laringe e as pregas vocais deve ser evitado. "Uma pessoa que abusa da voz, fuma e não se hidrata pode ter alterações de voz, diferentemente de outra que cuidou bem da voz ao longo da vida", diz Katia Nemr.Essa diferença entre a voz das pessoas que cultivaram bons hábitos e a das que não se cuidaram bem é facilmente perceptível para a administradora aposentada Ivanir Fernandes Bernardi, 73.Com mais quatro amigas, ela tem um grupo de canto em Porto Alegre há seis anos e ainda participa de mais três corais. Com a orientação dos professores de canto, pratica exercícios para a voz e canta cerca de três horas por dia."A diferença entre a minha voz e a das minhas amigas que não cantam é enorme. Há algumas vozes que, com o tempo, vão ficando chiadas, você não consegue ouvir direito o que as pessoas falam", compara.Para ela, o canto modificou até o modo de falar, melhorando a dicção e o ritmo da fala. "Não atropelo mais as palavras, não tenho uma voz de 73 anos."Não é à toa. O canto é uma das atividades mais recomendadas por especialistas. E quem pratica aprova os resultados. "A partir do momento em que você cuida da voz, acaba beneficiando o corpo inteiro", diz Ivanir, que sempre bebe água e mantém uma alimentação saudável por causa da voz.

sábado, 26 de setembro de 2009

Peça de Teatro: Exercício para Antígona

Estréia, amanhã, domingo (27/09) às 15h.
Teatro Nair Belo - Escola de atores Wolf Maya!

A direção é do querido Sérgio Ferrara e minha contribuição no preparo vocal!
Até lá!
Beijos,
Alessandra

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Novo Site Vocalis

Estamos de cara nova!!!

Visite-nos e deixe uma mensagem: http://www.vocalis.com.br/





terça-feira, 1 de setembro de 2009

Professor falta 5 dias por ano por problemas de voz

Por ano, os professores da educação básica do país faltam cinco dias às aulas, apenas por causa de problemas na voz. Nas demais profissões, a média de ausência não chega a um dia.

A conclusão está em um levantamento nacional, com 3.265 pessoas, feito pelo Centro de Estudos da Voz, pelo Sinpro-SP (sindicato dos professores da rede particular) e pela Universidade de Utah (EUA). Os dados consideram a rede pública e a privada. Também foram ouvidos profissionais fora do magistério.

Segundo as autoras da pesquisa, apesar de a docência naturalmente exigir mais da voz do que a maioria das atividades, a diferença está muito acentuada --e poderia diminuir, com medidas tanto dos professores quanto dos colégios.

O representante das escolas privadas admite o problema. "Os professores entram em licença e, por isso, precisamos contratar outros. É um transtorno", afirma José Augusto de Mattos Lourenço, presidente da Fenep (federação das escolas particulares). Ele diz, porém, que os colégios têm procurado atenuar o problema.

"Não dá mais para adiar ações, tanto por parte da rede privada quanto dos governos", diz a coordenadora do estudo, Mara Behlau. Segundo ela, é a primeira pesquisa nacional quantitativa sobre o tema.

Entre as medidas, Behlau sugere a aquisição de microfones para os professores e melhorias acústicas das salas de aula.

"O gasto com contratações deve superar o de adequações física das escolas. Sem contar a frustração do professor de não conseguir exercer sua profissão", afirma.

Sem voz

Com apenas quatro anos no magistério, Daniela Faustino de Oliveira, 23, diz já sentir desgaste. "Vivo sem voz ao final do dia. As salas são numerosas e não têm boa ventilação. Por isso, as janelas ficam abertas, o que aumenta o barulho. É difícil competir", afirma Daniela, que leciona em escola particular da zona leste de São Paulo.

Algumas vezes, ela diz que muda a programação da aula porque está sem voz. Em vez de explicar oralmente, passa todo o conteúdo na lousa e só tira algumas dúvidas.

"A situação em que o professor precisa mudar sua aula apareceu muito nas entrevistas", afirma a fonoaudióloga Fabiana Zambon, uma das autoras do levantamento. "É comum a aula ser trocada por vídeo ou seminário. Ou seja, mesmo que não falte, ele perde rendimento", diz.

Zambon diz que uma das dificuldades é que os professores têm pouco conhecimento para diminuir o problema. Algumas das sugestões são beber água durante as aulas e não falar escrevendo na lousa (o volume precisa ser mais alto, e o pó do giz vai para a garganta).

Os problemas mais citados pelos professores na pesquisa foram garganta seca (45% disseram ter), rouquidão (41,2%) e cansaço vocal (36,9%). No restante da população, os porcentagens foram 21,4%, 14,8% e 11,7%, respectivamente.

Dicas para os professores

  • Não é bom falar de lado ou de costas para os alunos (a tendência é aumentar a intensidade vocal);
  • Também não é bom falar enquanto escreve na lousa;
  • Beber água regularmente, em temperatura ambiente;
  • Evitar gritar, sussurrar e pigarrear;
  • Articular bem as palavras;
  • Não chupar bala forte com a garganta irritada (mascara o sintoma e tende-se a forçar a voz sem perceber);
  • Com orientação fonoaudiológica, fazer exercícios de aquecimento e desaquecimento de voz;
  • Evitar contato direto com o pó de giz;
  • Utilizar os intervalos para descansar a voz;
  • Evitar café, bebidas gasosas e cigarro.

Fonte
Fábio Takahashi
da Folha de São Paulo
24/08/2009

segunda-feira, 9 de março de 2009

Por que a voz não funciona

Ao ter contato com a obra da Linklater, com sua maneira descontraída de escrever sobre a voz, tive o desejo de traduzir parte de seu material e de levar ao conhecimento dos meus alunos de Artes Cênicas e Música. Na verdade, acredito que o que ela escreve é útil para qualquer profissional da voz ou comunicador. Ela procura inter-relacionar muitos dos aspectos que impedem que a voz funcione livremente. Parte de um capítulo chega, então, de maneira adaptada ao site do Vocalis para que você, internauta, possa apreciar o que escreve essa autora americana.

Viviane Barrichelo
Fonoaudióloga

(...)
Se os músculos da respiração falham em fornecer o combustível de ar às pregas vocais, mas a necessidade de produzir a voz para algum propósito permanece, então um pequeno fio de ar é encontrado (apenas para ativar a vibração), enquanto os outros músculos da garganta, mandíbula, lábios e língua trabalham duas vezes mais para compensar a falta do ar. O tom resultante é fino e a mensagem carregada não é clara. A voz não pode trabalhar se sua energia básica não for o ar. Enquanto a respiração não for livre, a voz será dependente das compensações realizadas pelos músculos da garganta e boca. Quando esses músculos tentam conduzir sentimentos fortes, tais resultados podem ocorrer: eles encontram um modo sadio e musical para descrever tal emoção; dirigem o som em monotom; ou se contraem, tencionam, empurram e apertam tão fortemente que causam atrito entre as pregas vocais. Dessa maneira, as pregas vocais tornam-se inflamadas, perdem elasticidade, são incapazes de produzir vibrações regulares e, finalmente, lesões são criadas conforme as pregas vibram sem a lubrificação do ar.

(...)
Citando o aspecto de ressonância, se a garganta é tencionada com esforço, ela constringe o canal por onde o som viaja. Muito comumente, essa constrição impede que as vibrações do som trafeguem livremente até as caixas de ressonância mais superiores, restringindo a amplificação dos ressoadores médios e superiores. Isto pode resultar num leve, agudo e estridente tom. Ao mesmo tempo, tensão na garganta, juntamente com a inconsciente necessidade de produzir um som sob controle, pode fazer com que o som só ressoe nas cavidades inferiores e um rico e profundo monotom, que não encontra suavidade, seja criado. Se o palato mole e a parte posterior da língua se juntarem ao batalhão na substituição da respiração, acabam dirigindo o som para o nariz ao invés de permitirem a livre passagem pela boca. O nariz é poderoso, dominador e nada sutil como ressoador. Se a voz concentra-se no nariz, facilmente ela é ouvida, mas o que se ouve pode se mostrar difícil de ser entendido. As nuances são queimadas e a variabilidade do pensamento pode não encontrar livre espaço na variedade de qualidades ressonantais. O conteúdo é distorcido por apenas uma forma de ressonância disponível.

O passo final da produção da voz está na articulação – lábios e língua. O que é certo é que até que a língua possa relaxar enquanto um som básico é formado, ela não pode desenvolver sua função natural que é a modelagem do som. A língua é ligada à laringe (através do osso hióide) e a laringe comunica-se diretamente com o músculo diafragma através da traquéia. Tensão em uma das três áreas causa tensão nas outras duas. Além disso, enquanto há tensão na língua, ela articulará com mais esforço do que o necessário, e devido a isso diminuirá sua sensibilidade para responder aos impulsos motores vindo do córtex cerebral. (...)

Os lábios constituem parte do complexo facial que responde a mensagens inibitórias da mente, formando uma cortina sobre a janela da face. A liberdade do lábio superior é essencial para a articulação viva. A responsabilidade pela articulação deve ser igualmente dividida entre os lábios superior e inferior. Se o superior é rígido, o inferior realizará 85% do trabalho e provavelmente recrute a mandíbula como suporte extra. A mandíbula é mais pesada se comparada aos lábios, e a articulação não pode ser econômica em tais situações. (...)

Fonte
LINKLATER, K. Why the voice does not work
in Freeing the Natural Voice.
Drama Book Specialists, NY.

Traduzido e adaptado por Viviane Barrichelo

sexta-feira, 6 de março de 2009

SAÚDE DA VOZ

Você sabia que:

Beber , pelo menos, 2 litros de água por dia faz bem para sua voz?

A hidratação proporciona uma melhor lubrificação do trato vocal, permitindo que a vibração das pregas vocais ocorra de modo mais livre e com atrito reduzido. Essa hidratação sistêmica (beber 2 litros de água) deve ser feita gradativamente, ao longo do dia, e principalmente antes e durante o uso intenso da voz.